quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Valérie Trierweiler, ex-companheira de François Hollande

Trierweiler, Valérie; Merci pour ce moment; Éditions des Arènes, Paris, 2014

Valérie deixou marido e filhos para ser a companheira de François Hollande.
 Em seu livro conta um pouco de sua infância pobre. Seu pai lutou na Segunda Guerra, perdeu uma perna e tornou-se bêbado e violento. Sua mãe não teve grandes estudos, mas esteve presente à mesa onde seus filhos faziam os deveres escolares. Enquanto fazia tricô, tomava as recitações de poesias e as tabuadas. Assim que foi possível, arrumou emprego e se desdobrou para dar conta de tudo.Valérie era a primeira da classe, mas não era aceita pelas famílias de colegas que tinham melhor posição social. Prosseguiu os estudos, e saiu de casa para ser jornalista. Nesta profissão, dedicou-se ao jornalismo político. Foi assim que conheceu François Hollande, que era casado com Ségolène Royal, que também era política e chegou a ser ministra de Mitterrand.
Valérie não se julga oportunista pois quando o conheceu, Hollande tinha apenas 3% das intenções de voto. A situação mudou por ocasião do escândalo de Strauss-Kahn, que se retirou da disputa presidencial. As chances de Hollande aumentaram e venceu as eleições. Segolène também tinha sido superada nas prévias do partido. Tempos atrás ele tinha sido chamado de M. Royal por um jornalista, e comentou em particular que isto seria pago.
Na convivência com Hollande, ela testemunhou a importãncia que a política tinha na vida dele. Certa vez ele comentou penalizado que um conhecido era fracassado porque não tinha conseguido ser presidente. Ele não se interessava por literatura, arte, etc. Não lia os artigos culturais que ela escrevia, depois de ter abandonado o jornalismo político. Na convivência ele se mostrou frio e até grosseiro.
Quando começaram os comentários sobre a ligação dele com a artista Julie Gayet , muitas vezes ele negou dizendo que não passavam de fabulações.Na verdade, ela menciona mentiras ditas por ele  em várias ocasiões. Esta artista pertence a uma família rica e que mora num palacete. Já a família de Valérie foi foi chamada por ele de ¨jojo¨ , que tanto quer dizer bonita, como insuportável. Isto depois de saírem de um almoço de Natal.
Ela também relata que ele costuma ser bem humorado e agradável em público, mas que faz comentários sarcásticos em particular.
Segundo Valérie ,¨Ele se apresentou como homem que não gosta dos ricos. Na realidade, o Presidente não ama os pobres. Ele, homem de esquerda, diz em particular ¨os sem dentes¨, muito orgulhoso do seu traço de humor¨. (p 229)
Valérie não renega sua família humilde, e guarda boas lembranças tanto da avó como da mãe e irmãos. Em sua família aprendeu a dizer as coisas olhando nos olhos.
Na convivência com Hollande teve a sensação de ser ignorada e servir de para-raio  quando as coisas não corriam bem para ele.
Em 2013 finalmente, ela decidiu deixá-lo e a imprensa passou a chama-la de ex-primeira-namorada. Atualmente ela continua a fazer aparições em público e se dedica a obras beneficentes.
Hollande não deixa de lhe mandar mensagens, especialmente quando imagina que ela encontra outros homens.
Na opinião dela, os homens públicos querem tudo e o contrário de tudo.  Cita Victor Hugo na peça Lucrèce Borgia, quando esta personagem se dirige ao marido Don Alphonso:  ¨Vós deixastes o povo rir de mim, vós o deixastes me insultar...¨E comenta que a tragédia é eterna. Ao lado dele viveu grandes momentos, mas também sofreu humilhações, suportou mentiras e foi ignorada.
Quando decidiu deixá-lo , Hollande deu satisfação ao público em dezoito palavras. O livro é a réplica dela.


 

sábado, 1 de março de 2014

http://www.estrelaeterra.blogspot.com.br

Estes, Clarissa Pinkola; MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS; Editora Rocco, 1992
A autora é analista junguiana, descende de uma família hispano-mexicana e foi criada por uma família húngara.
Ao estudar os lobos viu que há uma semelhança psíquica entre lobos e mulheres: percepção aguçada , espírito brincalhão e elevada capacidade de devoção. Lobos e mulheres são gregários, curiosos, dotados de grande resistência e força. São intuitivos e têm grande preocupação com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha.
Ao longo do livro ela interpreta várias histórias a partir de sua posição como analista, ou seja; mostrando como comportamentos evoluem levando em conta os arquétipos ( estruturas psíquicas que pertencem à humanidade e que independem de época e cultura ). As histórias mostram como estas estruturas são abafadas.
Barba-Azul
Ele se casa com uma jovem ingênua ( as irmãs mais velhas não quiseram se casar com ele ). Antes de partir em viagem diz que ela é livre para fazer o que quiser, mas não deve abrir uma determinada porta. Em seguida ele lhe entrega um molho de chaves e parte. A jovem recebe a visita das irmãs e, curiosas, abrem a porta. A chave cai e fica manchada com o sangue dos cadáveres das antigas esposas. Ele volta, descobre tudo e quer matá-la. A jovem pede quinze minutos para se preparar para a morte. Em seguida diz às irmãs que fiquem na muralha e grita perguntando se os irmãos estão vindo. Só na terceira vez a resposta é afirmativa. Os irmãos entram no castelo montados em seus cavalos e matam o Barba- Azul.
O BA é o homem sinistro que habita a psique feminina. É o predador inato. Para combatê-lo, as mulheres precisam de todos os seus instintos e de maturidade. A irmã mais nova concordou em se casar porque desejava um novo status. Teve medo, mas depois achou que era bobagem, pois o BA não era tão mau assim. Nas mulheres mais jovens o sistema de alarme não totalmente desenvolvido. As meninas sonham com um ser deslumbrante e são os pais que devem protegê-las. Se forem vibrantes e determinadas, elas se envolverão com o predador. O problema é que como foram educadas para serem boazinhas (antes dos cinco anos), elas acham que podem curar o homem que amam.
O uso da chave proibida permite o conhecimento dos segredos mais profundos e obscuros da psique, ou seja: aquilo que degrada o potencial feminino. O BA dizendo que ela pode fazer o que quiser, dá uma falsa ideia de liberdade. Ela, no entanto, não é livre porque não pode conhecer o lado sinistro do predador. A ingênua concorda em continuar na ignorância e se deixa seduzir pela ideia de conforto e ascensão social. Nesta altura pode começar a ter sonhos que mostram o que ela não ousa pensar (Uma mulher sonhou que um homem encantador tinha arame farpado desenrolando de dentro de sua manga). O sangue que a jovem vê no quarto proibido continua escorrendo e manchando tudo. É preciso que a jovem pergunte o que ela sabe lá no fundo de si mesma e que prefere não saber. E qual é a parte dela que está morrendo ou agonizando. Os esqueletos das antigas esposas representam a parte indestrutível das mulheres. Quando a jovem pede quinze minutos, age de modo astucioso para reunir
forças e armar o bote. Quando grita às irmãs perguntando pelos irmãos, ela está invocando os aspectos de sua psique que foram treinados para a luta. É a natureza combativa entrando em ação. A jovem substitui os olhos vidrados por olhos vigilantes. O corpo do BA é deixado aos abutres, que na mitologia são os espíritos devoradores de pecados. “ Na mitologia nórdica os devoradores de pecados eram os carniceiros que se alimentavam dos mortos, incubavam-nos no ventre e os levavam para Hel, que não é um lugar, mas uma pessoa. Hel é a deusa da vida e da morte. Ela ensina os mortos como viver da frente para trás. Eles vão se tornando mais jovens até que estão prontos para renascer e voltar à vida.” Então eles podem viver uma vida menos beligerante. Em vez de insultar o predador, pode-se desarmá-lo. Como ¿ Não permitindo pensamentos discordantes a respeito da nossa alma e especialmente do nosso valor. Desarmamos o predador ao enfrentar suas invectivas com a proteção de nossas próprias verdades. Predador: “ você nunca termina nada que começa “. Você: “termino muitas coisas, sim”. Enfraquecemos os ataques do predador natural levando a sério o que for verdade no que ele disser, trabalhando essas verdades e ignorando o resto. É preciso resistir à tentação das fantasias cheias de glacê e frufru. Se a mulher enfrentar o predador, ele será incubado e devolvido à vida.
A analista conta que ouviu muitas desculpas: “ Não tenho talento, não sou importante, não tenho instrução, não sei como fazer, não sei quando fazer, mas a mais revoltante de todas é não tenho tempo.” Ela aconselha a diminuir a negatividade. Para isso é necessário limitar ou rarear certos relacionamentos. Isto porque se a mulher é cercada por pessoas que se opõem à sua vida profunda ou que são descuidadas com ela, seu predador interior disso se alimenta desenvolvendo mais força dentro de sua psique e sendo mais agressivo com ela. A autora aconselha a fazer perguntas e ouvir a voz interior. A mulher selvagem ensina às mulheres quando não deve ser boazinha no que diz respeito à expressão de suas almas. Quando ela deixar de ser ingênua, a chave vai parar de sangrar.
Vasalina
Mãe superprotetora dá à sua filha Vasalina uma boneca. A mãe estava agonizando e a bonequinha está vestida exatamente como a filha. O pai volta a se casar e a madrasta e suas filhas são más. O fogo da casa tinha se apagado e como elas querem se livrar dela, ordenam que vá à floresta pedir brasa à velha que mora lá. A velha diz que ajudará, mas só depois que ela executar algumas tarefas. Vasalina ajudada pela boneca dá conta dos trabalhos e volta para casa.
A boneca representa a intuição de Vasalina que não necessita mais da proteção materna .
Seguem-se outras histórias em que o essencial é manter a coerência entre a vida interior e o que se faz em sociedade. O mal a ser combatido está não só em nosso interior como também nas pressões sociais. É claro que todas estas considerações valem para mulheres e homens, embora a autora tenha focado o mundo feminino.
“ É vindo dessa terra que voltamos para nossas roupas, para nossas vidas do dia-a-dia. Voltamos daquele local selvático para nos apresentar diante do computador, diante da panela, da janela, do professor, do livro, do freguês. Instilamos o mundo selvagem no nosso trabalho,
na criatividade, no mundo dos negócios, nas nossas decisões, na nossa arte, no trabalho das nossas mãos...”

“Use o seu amor além dos seus bons instintos para saber quando rosnar, quando atacar, quando aplicar um golpe violento, quando matar, quando recuar, quando ladrar até de madrugada. Todas nós podemos afirmar pertencer ao antigo clã das cicatrizes, escrever nossos segredos nas paredes, não aceitar sentir vergonha, abrir o acesso à saída.”...

“Não vamos nos desgastar com a raiva.”

http://www.estrelaeterra.blogspot.com.br/EstesEstés, Clarissa Pinkola; MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS; Editora Rocco, 1992

A autora é analista junguiana, descende de uma família hispano-mexicana e foi criada por uma família húngara.
Ao estudar os lobos viu que há uma semelhança psíquica entre lobos e mulheres: percepção aguçada , espírito brincalhão e elevada capacidade de devoção. Lobos e mulheres são gregários, curiosos, dotados de grande resistência e força. São intuitivos e têm grande preocupação com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha.
Ao longo do livro ela interpreta várias histórias a partir de sua posição como analista, ou seja; mostrando como comportamentos evoluem levando em conta os arquétipos ( estruturas psíquicas que pertencem à humanidade e que independem de época e cultura ). As histórias mostram como estas estruturas são abafadas.
Barba-Azul
Ele se casa com uma jovem ingênua ( as irmãs mais velhas não quiseram se casar com ele ). Antes de partir em viagem diz que ela é livre para fazer o que quiser, mas não deve abrir uma determinada porta. Em seguida ele lhe entrega um molho de chaves e parte. A jovem recebe a visita das irmãs e, curiosas, abrem a porta. A chave cai e fica manchada com o sangue dos cadáveres das antigas esposas. Ele volta, descobre tudo e quer matá-la. A jovem pede quinze minutos para se preparar para a morte. Em seguida diz às irmãs que fiquem na muralha e grita perguntando se os irmãos estão vindo. Só na terceira vez a resposta é afirmativa. Os irmãos entram no castelo montados em seus cavalos e matam o Barba- Azul.
O BA é o homem sinistro que habita a psique feminina. É o predador inato. Para combatê-lo, as mulheres precisam de todos os seus instintos e de maturidade. A irmã mais nova concordou em se casar porque desejava um novo status. Teve medo, mas depois achou que era bobagem, pois o BA não era tão mau assim. Nas mulheres mais jovens o sistema de alarme não totalmente desenvolvido. As meninas sonham com um ser deslumbrante e são os pais que devem protegê-las. Se forem vibrantes e determinadas, elas se envolverão com o predador. O
problema é que como foram educadas para serem boazinhas (antes dos cinco anos), elaS acham que podem curar o homem que amam.
O uso da chave proibida permite o conhecimento dos segredos mais profundos e obscuros da psique, ou seja: aquilo que degrada o potencial feminino. O BA dizendo que ela pode fazer o que quiser, dá uma falsa idéia de liberdade. Ela, no entanto, não é livre porque não pode conhecer o lado sinistro do predador. A ingênua concorda em continuar na ignorância e se deixa seduzir pela idéia de conforto e de ascensão social. A porta é uma barreira psíquica e pode esconder uma surpresa desagradável. Quando a ingênua quer examinar o que está atrás da porta, então começa a amadurecer. E quando consegue suportar a visão do que está lá, toma posse de sua natureza selvagem e profunda. É aí que começa a ter suporte para seus pensamentos e ações. E acaba descobrindo que foi ela que permitiu o massacre de seus desejos. Nesta altura pode começar a ter sonhos que mostram o que ela não ousa pensar (Uma mulher sonhou que um homem encantador tinha arame farpado desenrolando de dentro de sua manga). O sangue que a jovem vê no quarto proibido continua escorrendo e manchando tudo. É preciso que a jovem pergunte o que ela sabe lá no fundo de si mesma e que prefere não saber. E qual é a parte dela que está morrendo ou agonizando. Os esqueletos das antigas esposas representam a parte indestrutível das mulheres. Quando a jovem pede quinze minutos, age de modo astucioso para reunir forças e armar o bote. Quando grita às irmãs perguntando pelos irmãos, ela está invocando os aspectos de sua psique que foram treinados para a luta. É a natureza combativa entrando em ação. A jovem substitui os olhos vidrados por olhos vigilantes. O corpo do BA é deixado aos abutres, que na mitologia são os espíritos devoradores de pecados. “ Na mitologia nórdica os devoradores de pecados eram os carniceiros que se alimentavam dos mortos, incubavam-nos no ventre e os levavam para Hel, que não é um lugar, mas uma pessoa. Hel é a deusa da vida e da morte. Ela ensina os mortos como viver da frente para trás. Eles vão se tornando mais jovens até que estão prontos para renascer e voltar à vida.” Então eles podem viver uma vida menos beligerante. Em vez de insultar o predador, pode-se desarmá-lo. Como ¿ Não permitindo pensamentos discordantes a respeito da nossa alma e especialmente do nosso valor. Desarmamos o predador ao enfrentar suas invectivas com a proteção de nossas próprias verdades. Predador: “ você nunca termina nada que começa “. Você: “termino muitas coisas, sim”. Enfraquecemos os ataques do predador natural levando a sério o que for verdade no que ele disser, trabalhando essas verdades e ignorando o resto. É preciso resistir à tentação das fantasias cheias de glacê e frufru. Se a mulher enfrentar o predador, ele será incubado e devolvido à vida.
A analista conta que ouviu muitas desculpas: “ Não tenho talento, não sou importante, não tenho instrução, não sei como fazer, não sei quando fazer, mas a mais revoltante de todas é não tenho tempo.” Ela aconselha a diminuir a negatividade. Para isso é necessário limitar ou rarear certos relacionamentos. Isto porque se a mulher é cercada por pessoas que se opõem à sua vida profunda ou que são descuidadas com ela, seu predador interior disso se alimenta desenvolvendo mais força dentro de sua psique e sendo mais agressivo com ela. A autora aconselha a fazer perguntas e ouvir a voz interior. A mulher selvagem ensina às mulheres quando não deve ser boazinha no que diz respeito à expressão de suas almas. Quando ela deixar de ser ingênua, a chave vai parar de sangrar.
Vasalina
Mãe superprotetora dá à sua filha Vasalina uma boneca. A mãe estava agonizando e a bonequinha está vestida exatamente como a filha. O pai volta a se casar e a madrasta e suas filhas são más. O fogo da casa tinha se apagado e como elas querem se livrar dela, ordenam que vá à floresta pedir brasa à velha que mora lá. A velha diz que ajudará, mas só depois que ela executar algumas tarefas. Vasalina ajudada pela boneca dá conta dos trabalhos e volta para casa.
A boneca representa a intuição de Vasalina que não necessita mais da proteção materna .
Seguem-se outras histórias em que o essencial é manter a coerência entre a vida interior e o que se faz em sociedade. O mal a ser combatido está não só em nosso interior como também nas pressões sociais. É claro que todas estas considerações valem para mulheres e homens, embora a autora tenha focado o mundo feminino.
“ É vindo dessa terra que voltamos para nossas roupas, para nossas vidas do dia-a-dia. Voltamos daquele local selvático para nos apresentar diante do computador, diante da panela, da janela, do professor, do livro, do freguês. Instilamos o mundo selvagem no nosso trabalho, na criatividade, no mundo dos negócios, nas nossas decisões, na nossa arte, no trabalho das nossas mãos...”

“Use o seu amor além dos seus bons instintos para saber quando rosnar, quando atacar, quando aplicar um golpe violento, quando matar, quando recuar, quando ladrar até de madrugada. Todas nós podemos afirmar pertencer ao antigo clã das cicatrizes, escrever nossos segredos nas paredes, não aceitar sentir vergonha, abrir o acesso à saída.”...





“Não vamos nos desgastar com a raiva.”

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lawrence, Greg; Jackie Editora

O livro traz depoimentos de pessoas que conviveram com Jackeline Kennedy Onassis durante o tempo em que trabalhou como editora. Esteve na Vikings (comprada pela Penguin) onde publicou 7 livros, e na Doubleday, 63¨, sendo que algumas obras em vários volumes. Era muito exigente. Fazia questão da qualidade da impressão, do tipo de papel e costumava orientar seus escritores. Ao mesmo tempo que chamava a atenção por sua classe e elegância, gostava de ser invisível. No ambiente de trabalho soube ser firme, mas disposta a conviver num clima descontraído. Quando adoeceu continuou trabalhando: usou peruca e controlou as publicações em curso. Apesar de seu estado ter sido anunciado, sua morte surpreendeu as pessoas. Viúva duas vezes ainda teve uma ligação com Maurice Tempelsman (designer e escritor) que se mudou para seu apartamento na Quinta Avenida de NY.
Quando Joe Kennedy  enfrentava problemas no casamento, Jackie opinou:
¨Estamos no século XX, e não no século XIX, quando as mulheres ficavam em casa num pedestal com as crianças e o seu rosário. (...) A sua vida é importante tanto quanto a dele, você o ama, mas não pode se destruir. (...) O fruto proibido é o que excita. E é preciso ser muito mais um homem de verdade para ter uma relação profunda com a mulher com quem vive. A rotina da vida de casado pode ser tediosa.¨   Gostava de deixar bilhetes bem humorados nas cadeiras dos colegas. Quando recebia em seu escritório alguém arrogante, às vezes era capaz de fazer uma imitação depois do encontro.
Era tolerante, mas não gostava quando as pessoas se comportavam mal. Quem a conhecia, notava que ela estava contrariada porque ela virava o rosto um décimo de polegada para a esquerda.
Ao longo dos anos tornou-se uma pessoa feliz vendo seus filhos amadurecerem e sua relação com Tempelsman florescer.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A melhor história está por vir, Dueñas, Maria

Professora espanhola é abandonada pelo marido porque ele a trocou por mulher mais jovem que está grávida. A professora viaja para a Califórnia, onde vai trabalhar para uma fundação pesquisando a vida de um professor espanhol. Este professor deixou muitos documentos que precisavam ser organizados. O mais importante do trabalho deste professor foi a descoberta dos vestígios do cemitério de uma missão franciscana. Um shopping estava planejado para ser construído no local. Na verdade o financiador da fundação era um professor, cuja mulher havia morrido em um desastre junto com o professor espanhol. Estavam apaixonados. No testamento do espanhol, o herdeiro era o próprio marido da encantadora e jovem mulher.Como não quis usufruir do dinheiro, decidiu completar o trabalho de salvar os vestígios da missão. E graças à descoberta dos vestígios e manifestações de estudantes salvou o patrimônio histórico. A descoberta aconteceu porque a mulher do professor espanhol, que idosa e má, entrou em acordo trocando documentos por dinheiro. A professora e pesquisadora espanhola volta para a Espanha, mas agora com a perspectiva de se tornar a companheira do professor americano e perdoar o próprio ex.
A história é verídica.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mercer, Jeremy; Time Was Soft There
A Paris Sojourn at Shakespeare & Co.

Picador, St. Martin´s Press New York

Sylvia Beach nasceu em New Jersey. Em 1901 viajou para a Europa com seu pai, ministro presbiteriano.Nesta ocasião Sylvia tinha 14 anos. Gostou de Paris e durante a Primeira Grande Guerra serviu como enfermeira. Em 1919 abriu a livraria Shakespeare & Co.. A princípio instalou-se na rue  Dupuytren, mas em 1922 mudou para a rue Odéon perto da St.Germain des Prés. A livraria era um ponto de encontro de escritores famosos. Sylvia também editava livros que eram rejeitados por serem escandalosos. Quando os nazistas ocuparam Paris, a livraria foi fechada porque ela se recusou a vender o último exemplar de Finnegans Wake para um oficial alemão. Quando Paris foi libertada, ela decidiu não reabrir a livraria.
Uma década depois George Whitman abriu uma livraria que mais tarde viria a se chamar Shakespeare & Co. George também era de New Jersey. Seu pai era escritor, professor e editor de livros. Como professor trabalhou na Grécia, na Turquia e também na China. Toda a família o acompanhava, e George registrou num diário tudo que viu durante as viagens.Quando completou   15 anos, sentiu os efeitos de uma depressão e começou a se interessar por justiça social. em 1935 formou-se em Ciência e Jornalismo, viajou por todo seu país e pelo mundo.Era um comunista idealista e achava que o mundo iria mudar. Enviava livros para soldados e teve a ideia de abrir uma livraria no México, mas foi para a França onde trabalhou como voluntário.
Depois da guerra, o sentimento anticomunista reinante nos Estados Unidos fez com que muitos americanos fossem para Paris.Ele vivia em um quarto alugado onde os livros estavam empilhados por todo lugar e costumava emprestá-los.

continuação de Shakespeare & Co.

Uma vez perdeu a chave do quarto e decidiu não mais fechar a porta. Um dia encontrou pessoas lendo em seu quarto. Em 1951 comprou uma pequena loja perto do rio Sena e começou o seu negócio como livreiro. Escolheu o nome Mistral, mas tempos depois mudou para Shakespeare & Co. como havia feito Sylvia. O negócio foi se ampliando, continuou ajudando escritores e artistas em início de carreira. Deixava que dormissem na livraria. Durante o dia eles ajudavam no trabalho e muitas vezes participavam das refeições de George. A livraria ficou famosa e ele realizou o sonho de fazer com que sua filha prosseguisse administrando o negócio.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013